quarta-feira, 18 de setembro de 2013

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL














Regência: é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. São as alterações que os complementos sofrem, mostrando a sua relação de dependência com o verbo. Há em uma frase termos principais (regentes) e termos dependentes (regidos), responsáveis pelas conexões que nos permitem transmitir e compreender os diversos conteúdos das frases.

Rosângela        reparou             em mim.
                  (termo regente)    (termo regido)   

Titia               concordou            comigo.
                   (termo regente)    (termo regido)

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CONCORDÂNCIA ATRATIVA

Os conceitos que apresentamos a respeito da concordância de verbos e nomes têm caráter geral. No entanto, há casos específicos, que não apresentam uma norma definida e fixa e para os quais, mesmo em bons autores, têm-se encontrado soluções diferentes.
Há também soluções, definitivamente aceitas, em que a concordância é feita com a finalidade de tornar a frase mais expressiva. Observe:
Uma legião de mais de cinco mil soldados destruíram o arraial de Canudos.
Um grande número de fiéis seguiam o Conselheiro.

CONCORDÂNCIA IDEOLOGICA

Também por razões de estilo, muitas vezes a concordância (verbal e nominal) não é feita com a forma gramatical de uma palavra ou de uma expressão presente na frase, mas com a ideia ou o sentido que está subentendido. A esse tipo de concordância dá-se o nome de concordância ideológica ou silepse. Veja:

Os sertões conta a Guerra de Canudos.

Observe que o verbo contar não está concordando em número com a forma gramatical do sujeito "Os sertões", mas com a ideia que se subentende: a obra (ou o livro) “Os sertões” conta a Guerra de Canudos. Nesse exemplo temos um caso de concordância ideológica; por realizar um jogo singular - plural, ocorre uma silepse de número.

Todos lamentamos o massacre de Canudos.

Aqui, o verbo lamentar não está concordando coma forma gramatical do sujeito todos que é de terceira pessoa. Ocorre que o falante se inclui no universo representado, estabelecendo a concordância em primeira pessoa do plural: nós todos. Temos aí outro exemplo de concordância ideológica; nesse caso, silepse de pessoa.

A populosa São Paulo continua sofrendo com as enchentes.

Nesse exemplo, o adjetivo popu­losa - no feminino - não está concor­dando com o termo São Paulo, que é masculino, mas com a ideia implícita nesse termo (cidade). Temos, pois, uma concordância ideológica; nesse caso, silepse de gênero.


Relações de Dependência na Oração


1. Concordância: ela mostra uma relação de dependência entre os termos da oração.

Todo mundo adorou Ritinha.               A mais perfeita imagem da paz.
Todos adoraram Ritinha                      Os mais perfeitos retratos da paz.

Quando mudamos o sujeito (Todo mundo/Todos), o verbo sofre alteração em sua forma, adaptando-se à nova palavra em número e pessoa; quando mudamos o nome determinado (imagem/retratos), os termos determinantes sofrem alterações de gênero e número.

1.1  Concordância Verbal

O Estudo da concordância verbal leva em conta as flexões de número (singular e plural) e pessoa (masculino e feminino) entre o verbo e o sujeito.

Regras Gerais

a) Sujeito Simples: o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito.
O jornal está aqui.                       Os jornais estão aqui.

Observação: mesmo se colocarmos na ordem inversa, ou seja, o sujeito colocado após o verbo, a  regra é a mesma.
Estão aqui os jornais.

b) Sujeito Composto: O Sujeito composto por elementos da mesma pessoa gramatical leva o verbo para o plural, mantendo a pessoa gramatical do sujeito.
O Jornal e a revista estão aqui.

c) Sujeito Composto:  O sujeito composto por elementos de pessoa gramatical diferente leva o verbo para o plural na pessoa predominante.

Tu, ele e eu [somos] os vencedores.
tu (2ª pes.), ele (3ª pes.), eu (1ª pes.) todas no singular. Neste caso a pessoa predominante é a 3ª pessoa do plural (nós) do verbo [somos].

Tu e ele [sois] os vencedores.
tu (2ª pes.), ele (3ª pes.) do singular. Neste caso a pessoa predominante é a 2ª do plural (vós) do verbo [sois]. 


1.2 Concordância Nominal

A concordância nominal considera as flexões de gênero e número entre o substantivo e o adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome.

Regras Gerais:

a) O Adjetivo, o artigo, o pronome e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo:
   As        primeiras            [alunas]              de cada classe foram ao zoológico.
(artigo)   (numeral)    (subst. fem. plural)

     Estes                [quadros]                       amarelos podem ser dele.
(pron. Adj.)   (subst. masc. Plural)            (adjetivo)

b) Adjetivo ligado a substantivos de mesmo gênero e número vai normalmente para o plural.
  [Pai e filho]           estudiosos           ganharam o prêmio.
(subst. masc.)   (adj. masc. plural)
                       
[Mãe e filha]        estudiosas             ganharam o prêmio.
(subst. fem.)    (adj. Fem. plural)

c) Adjetivo ligado a substantivo de gênero diferente vai normalmente para o masculino plural.
   [Alunos]     e   [alunas]       estudiosos       ganharam vários prêmios.
(subst. masc.)  (subst. fem.)  (adj. masc.)
                     
     [Vaso]      e    [jarra]         permaneciam      [jogados]     no chão.
(subst. masc.)  (subst. fem.)                              (adjetivo)


2. Regência: é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. São as alterações que os complementos sofrem, mostrando a sua relação de dependência com o verbo. Há em uma frase termos principais (regentes) e termos dependentes (regidos), responsáveis pelas conexões que nos permitem transmitir e compreender os diversos conteúdos das frases.

Rosângela        reparou             em mim.
                  (termo regente)    (termo regido)   

Titia               concordou            comigo.
                   (termo regente)    (termo regido)
  

A regência pode ser dividida em:

a) Regência Nominal: quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).
Parecem        alheios                  a tudo que os cerca.
                (termo regente)              (termo regido)

Você ainda não está    acostumado            com isso?
                                 (termo regente)      (termo regido)

Mostrou-se        afável                para com todos os colegas.
                   (termo regente)               (termo regido)

b) Regência Verbal: quando o termo regente é um verbo.
O prefeito       assiste                na prefeitura.
                 (termo regente)      (termo regido)

O melhor é      chamar             o doutor Vítor.
                  (termo regente)     (termo regido)

João        assistiu            o filme pela terceira vez.
         (termo regente)             (termo regido)


Observação: a regência verbal trata dos complementos dos verbos. Os verbos podem ligar-se de duas maneiras:

a) diretamente: sem o auxílio de preposição. Assim acontecendo o complemento será Objetivo direto (objeto direto).
Aspiramos um ar constantemente poluído.

b) indiretamente: com o auxílio de preposição. Assim o complemento será objetivo indireto. (objeto indireto).
Aspiramos a um futuro melhor.

Observemos que, nesses exemplos, o verbo aspirar admite as duas regências. Isso ocorre porque, na primeira frase, ele tem um significado e, na segunda, ele tem outro.


Regência Verbal


Regências Verbais corretas, segundo as normas gramaticais:

Aspirar: é transitivo direto quando significa atrair para os pulmões.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.

Aspirar: é transitivo indireto no sentido de pretender.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. 

Assistir: é transitivo direto no sentido de ajudar.
A enfermeira assiste os doentes.

Assistir: é transitivo indireto no sentido de presenciar, ver.
Assisto há muitos filmes por ano.

Chegar: é intransitivo, no sentido de atingir o ponto para onde se caminha (pede a preposição “a”).
Cheguei ao hotel hoje à noite.

Esquecer: No sentido de não ter lembrança ou memória admite duas regências:
a) Transitivo direto: Esquecemos o livro em casa.
b) Transitivo Indireto: Ela esqueceu-se do compromisso.
(nesse caso acontece uma colocação pronominal.)

Obedecer: é transitivo indireto.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.

Observação: esse verbo, apesar de ser transitivo indireto, admite a construção na voz passiva.
Ele obedece aos sinais de trânsito. (voz ativa [o sujeito pratica a ação]).
Os sinais de trânsito são obedecidos por ele. (voz passiva [o sujeito sofre a ação]).

Oferecer: é transitivo direto e indireto.
Ele ofereceu sua vida à pátria.

Pagar: é transitivo direto no sentido de saldar compromisso.
Paguei a dívida.

Pagar: é transitivo indireto no sentido de remunerar.
O governo já pagou aos funcionários públicos.

Perdoar: é transitivo direto e indireto, no sentido de desculpar falta a alguém. Quando refere-se a coisas (objeto direto) e a pessoas (objeto indireto) e a preposição usada é “a.”
Perdoei a atitude ao agressor.
perdoei aos meus inimigos as ofensas proferidas. 

Precisar: é transitivo direto, no sentido de indicar com certeza.
A testemunha precisou o local do crime.

Precisar: é transitivo indireto, no sentido de ter necessidade. Usa-se a preposição “de”:
O diretor precisa de nossa colaboração.

Preferir: é transitivo direto e indireto. Exige a preposição “a”:
Preferimos andar a ficar conversando.  

Querer: é transitivo direto no sentido de desejar:
Todos querem um lugar ao sol.

Querer: é transitivo indireto, no sentido de gostar, existir afeto. Nesse caso usa-se a preposição “a”:
Quero bem a vocês todos.

Visar: é transitivo direto, no sentido de mirar ou pôr o visto.
O criminoso visou o motorista.
Antes de sair visei o cheque.

Visar: é transitivo indireto, no sentido de desejar, ter em vista.
Os colégios visam a formação de seus alunos.
Essa atitude visa à tranqüilidade de todos. 


Regência Nominal

Regências Nominais corretas, segundo as normas gramaticais


Acesso: a, de, para:
Eles têm acesso à cultura e à informação.
O rapaz teve um acesso de raiva.
O acesso para o interior da casa está pronto.

Acostumado: Acostumado a, com:
Já estamos acostumados ao trabalho pesado.
Já estamos acostumados com esse seu jeito brincalhão.

Adaptado: a:
Os novos alunos já estão adaptados à nova sala de aula.

Agradável: a, de:
Uma boa música é agradável aos ouvidos.
Eram palavras agradáveis de se dizer e de se ouvir.

Amor: a, por:
Ele tem amor aos estudos.
Carlos demonstra grande amor por seus filhos.

Ansioso: para, por:
As crianças estão ansiosas para brincar.
O preso vive ansioso pela liberdade.

Apto: a, para:
Aos dezoito anos, os jovens estão aptos ao trabalho.
Não me sinto apto para mergulhar.

Atenção: com, para com:
Atenção com os erros ortográficos!
Os brasileiros demonstram pouca atenção para com os sinais de trânsito.

Aversão: a, por:
Jairo tem aversão a chocolate.
Sua aversão por violência é antiga.

Capacidade: de, para:
Sua capacidade de resolver questões matemáticas é surpreendente.
A capacidade para o trabalho é característica da personalidade dela.

Curioso: de, para:
Os jornais estão curiosos das descobertas científicas.
É um exemplar curioso para um cientista.


Devoto: a, de:
Meu vizinho é devoto ao jogador Garrincha.
Eram todos devotos de suas jogadas.

Essencial: para:
A sua presença é essencial para nós.

Falta: a, contra:
Os alunos não devem ter faltas às aulas.
O zagueiro cometeu falta contra o goleiro.

Fiel: a:
Todos os povos deviam ser fiéis às suas tradições.

Horror: a, de:
Sentia Horror à guerra, à miséria, ao preconceito.
Os bons têm horror de sentimentos falsos.

 Casos Especiais de Concordância 

1. Sujeito Coletivo

a) O sujeito expresso por um substantivo coletivo no singular pede o verbo no singular.
[O povo] está mais esperançoso.          A multidão corria apavorada.


b) O sujeito formado de substantivo coletivo acompanhado de nome no plural pede o verbo no singular ou no plural.
[Um bando de garotos]                         [jogava] bola aqui na rua.
Um bando: coletivo no singular           verbo no singular
de garotos: nome no plural 
Um bando de garotos: sujeito

[Um bando de garotos]                             [jogavam] bola aqui na rua.
Um bando: coletivo no singular               verbo no plural
de garotos: nome no plural
Um bando de garotos: sujeito

2. Pronomes de Tratamento

a) O pronome de tratamento, no singular, como sujeito, pede o verbo na terceira pessoa do singular.
Vossa Senhoriasabe da última?


3. Palavra  “se”

3.1 O uso do “se” junto ao verbo: pode oferecer alguma dificuldade na flexão verbal em relação ao seu sujeito.
a) “Se” na função de partícula apassivadora. O verbo transitivo direto ao lado do pronome “se” concorda com o sujeito paciente.
Vende-se                        um apartamento.
(verbo trans. direto)      (sujeito paciente)

Vendem-se                      alguns apartamentos.
(verbo trans. direto)         (sujeito paciente)

b) “Se” na função de indeterminação do sujeito. O pronome “se” como símbolo de indeterminação do sujeito leva o verbo para a terceira pessoa do singular.
Precisa-se         de funcionários.
(3ª pés. sing.)     

Vive-se bem no interior do país.
Trata-se de animais.

4. Pronomes Relativos “que,” “quem”:
a) Quando o sujeito é o pronome relativo”que,” o verbo concorda com o termo que antecede esse pronome.
Fui [eu] que [fiz] a lição.
Foi [ele] que [fez] a lição.
Fomos [nós] que [fizemos] a lição.
Foram [eles] que [fizeram] a lição.

b) Quando o sujeito é o pronome relativo “quem”, o verbo vai, de preferência, para a 3ª pessoa do singular, concordando com “quem.”
Fui [eu] quem [fez] a lição.
Foram [eles] que [fizeram] a lição.
Foi [ele] que [fez] a lição.
Fomos [nós] que [fizemos] a lição.

Observação: Há casos em que a concordância é feita com o termo que antecede o “quem.”
Somos [nós] quem a [fazemos].
Não sou [eu] quem [descrevo].

5. Sujeito Composto: Quando o sujeito composto aparece depois do verbo, este pode ir para o plural ou concordar com o núcleo mais próximo.
[Sobraram-me]               uma folha de papel, uma caneta e uma borracha.
(verbo no plural)                                     (sujeito composto)

[Sobrou-me]                   uma folha de papel, uma caneta e uma borracha.
(verbo singular)                                    (sujeito composto) 


6. Verbos Haver, Fazer e Outros Impessoais:
a) Verbo Haver, quando indica tempo e no sentido de existir: torna-se impessoal e o verbo fica
na 3ª pessoa do singular.
dias em que chove sem parar.
Havia flores amarelas por toda parte.

Observação: Ao lado de outro verbo, na função de auxiliar, torna este também impessoal.
Dentro dessa floresta deve haver muitos animais perigosos.

b) O verbo fazer indicando tempo: Também leva o verbo para a terceira pessoa do singular.
Faz alguns anos que não a vejo.
Deve fazer alguns anos que ele partiu.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos meteorológicos: Exigem o verbo na 3ª pessoa do singular.
Amanheceu rapidamente.
Chovia sem parar.
Trovejou a noite inteira.

7. Verbo Ser
A concordância do verbo ser varia bastante, às vezes, ele concorda com o seu sujeito e outras vezes com o predicativo. Vejamos algumas orientações:
a) Com as palavras “tudo, isto, isso, aquilo” representando o sujeito e com o predicativo no plural, o verbo “ser” também pode ir para o plural:
[Tudo] eram memórias da infância.
[Isso] não são coisas que você possa dizer.

b) Quando o sujeito indica preço, quantidade, peso e o predicativo é expresso por palavras como “muito, pouco, mais de, menos de, tanto,” o verbo “ser” concorda com o predicativo e permanece no singular.
Duas horas não é [tanto] assim!
Oitocentos gramas é [muito].

c) Em horas, datas e distâncias, o verbo “ser” é impessoal e concorda com o predicativo:
Hoje são [catorze de outubro].
                     (predicativo)

Hoje é        [dia]           catorze de outubro.
            (predicativo)

É      [zero]             hora em São Paulo.
   (predicativo)
São        [dez]         horas da manhã.
        (predicativo)

Observação: Diz-se (12:30): É meio-dia e meia.  (meia, é relativo a hora.)

d) Em orações interrogativas com os pronomes “que, quem”, o verbo “ser” concorda, obrigatoriamente, com o predicativo.
[Quem] serão os primeiros.
[Que] são buracos negros?

8. Verbos Dar, Bater e Soar:
a) Os verbos, “dar, bater e soar,” indicando horas, concordam com o sujeito.
Deu uma hora.
Bateram cinco horas.
Naquele relógio já soaram duas horas.
Deram três horas.

9. Chegar, Ir e Vir: esses três verbos são quase idênticos quanto às suas regências. Os três são  intransitivos e regem a preposição “a” e nunca a preposição “em” quando indicam movimento.
Chegaram a Atlanta na quinta-feira.
Foram a Atlanta na sexta-feira.
Os brasileiros vêm a Atlanta com muita esperança.

Observação: a língua culta já tolera o uso do verbo “chegar” com a preposição “em” usando a palavra casa. Exemplo: Cheguei cedo em casa.
Ir – quando indicar um tempo determinado (por algum tempo) exige a preposição “a”.
Foi a Campos no final de semana.

Ir – quando indicar um tempo definitivo (para ficar) exige a preposição “para.”
João foi para Santos com a família.

Na frase “Chegou a hora da onça beber água.” Segundo a norma culta da língua, há um erro nessa expressão popular, pois “onça” é sujeito do verbo beber, por isso não pode haver a combinação da preposição “de” e o artigo “a”, pois o sujeito de uma oração nunca pode ser iniciado por preposição.

No padrão culto da língua portuguesa, essa frase ficaria assim: “Chegou a hora de a onça beber água.”

Custar – Este verbo, sinônimo de ser difícil, penoso, só pode ser empregado como objeto indireto (usando preposição) e na 3ª pessoa do singular.
Custou-me aprender.
A você custou sair.

Atenção !!! Atenção !!!

Na linguagem culta, é errado escrever “Custei aprender” e “Você custou sair.”

Casos Especiais de Concordância Nominal

1. O Adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo:
Dedico esta música à     querida                    tia e                        sobrinhos.
                                (adj. fem. sing.)  (subst. fem. sing.)     (subst. masc. plural)

2. O Adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito:
Meus amigos estão     atrapalhados.
         (sujeito)         (predicativo sujeito)

3. Quando dois adjetivos se referem a um único substantivo precedido de artigo, a concordância pode ser feita de dois modos. Considere o substantivo língua e os adjetivos alemã e inglesa.
a) O substantivo fica no singular e coloca-se um artigo na frente do segundo adjetivo.
Nesta escola, estuda-se a língua alemã e a inglesa.

b) O substantivo vai para o plural e não se coloca o artigo na frente do segundo adjetivo.
Nesta escola, estudam-se as línguas alemã e inglesa. 

4. A palavra meio concorda com o substantivo quando é numeral e fica invariável quando é advérbio.
Quando formar substantivo composto, ambos os elementos variarão.
Comi     meia          [ pêra].              
          (numeral)  (substantivo)     
Minha mãe está     meio        [cansada].
                          (advérbio)
Os meios-fios foram construídos em lugar errado.
(subst. composto)

5. As expressões “é proibido, é bom, é necessário e outras semelhantes são invariáveis quando seu sujeito não for precedido de artigo.
[Fumar]    é proibido.                                          É necessário[ boa saúde].
(sujeito)                                                                                       (sujeito)

Observação: Se houver artigo, a expressão deixa de ser invariável e concorda com o sujeito.
É necessário (uma)      [boa saúde].
                    (artigo)       (sujeito)

É proibida    ( a )       [entrada]      de pessoas estranhas.
                  (artigo)     (sujeito)

6. As palavras “anexo, incluso, só (=sozinho), obrigado, mesmo, próprio” concordam com o nome a que se referem.
[Ela] mesma veio até aqui.        [Eles] chegaram sós.      [Eles] próprios escreveram.
(nome)                                        (nome)                            (nome)


[João] disse: “− Muito obrigado.”
(nome)


Trouxe anexas as [fotografias] que você me pediu.
                                 (nome)
Gosto de estar a sós.
(a locução a sós é sempre invariável)

Observação: Já a expressão “em anexo” é invariável. (Trouxe em anexo as fotografias.)

7. Alguns adjetivos como “alto, barato, confuso, falso, etc.”, quando substituem advérbios terminados em “mente”, permanecem invariáveis:
Elas falavam alto demais.
A roupa custava muito barato.
Ela jura falso.

8. A palavra “alerta,” como advérbio, também permanece invariável:
Os soldados ficaram alerta. 

9. Obrigado, mesmo, próprio: esses três elementos concordam com o substantivo ou com o pronome a que se referem, ou seja, se o substantivo for feminino plural, usam-se mesmas, próprias e obrigadas. Caso a palavra mesmo significar “realmente,” ficará invariável.

Elas mesmas disseram em coro: Muito obrigadas, professor.

Os próprios jogadores reconheceram o erro.

As meninas trouxeram mesmo o radialista.

10. Menos, alerta e pseudo: essas três palavras são sempre invariáveis.
Os escoteiros devem estar sempre alerta para servir o próximo.
Houve menos reclamações dessa vez.
As pseudo-escritoras foram desmascaradas.

11. Muito, bastante: quando modificarem o substantivo, concordarão com ele, por serem pronomes indefinidos adjetivos: quando modificarem verbo, adjetivo, ou outro advérbio, ficarão invariáveis, por serem advérbios. Bastante também será adjetivo, quando significar
que basta, que satisfaz:
Bastantes funcionários ficaram bastante revoltados com a empresa.
Há provas bastantes de sua culpa.

 12. Grama: quando a palavra grama representar unidade de massa, será masculina.

Comprei duzentos gramas de queijo.

 13. Possível: em frases enfáticas, como “o mais, o menos, o melhor, o pior, as mais, os menos, os piores, as melhores”, a palavra “possível” concordará com o artigo:

Visitei cidades o mais interessante possível.
Visitei cidades as mais interessantes possíveis.

CONCORDÂNCIA ATRATIVA

Os conceitos que apresentamos a respeito da concordância de verbos e nomes têm caráter geral. No entanto, há casos específicos, que não apresentam uma norma definida e fixa e para os quais, mesmo em bons autores, têm-se encontrado soluções diferentes.
Há também soluções, definitivamente aceitas, em que a concordância é feita com a finalidade de tornar a frase mais expressiva. Observe:
Uma legião de mais de cinco mil soldados destruíram o arraial de Canudos.
Um grande número de fiéis seguiam o Conselheiro.

Do ponto de vista gramatical, a concordância do verbo se estabelece com a palavra que funciona núcleo do sujeito. Nos exemplos acima, no entanto, por questões de estilo, os verbos destruir e seguir estão em concordância com os substantivos que funcionam como núcleo dos sujeitos – legião e número –, mas com os adjuntos adnominais que determinam esses núcleos, ressaltando, dessa forma, não o conjunto, mas os elementos que o compõem.

Quando o sujeito é composto, o verbo deve ir para o plural. Esse é um princípio geral de concordância. Por razões de estilo, se o sujeito composto estiver depois do verbo, fazer a concordância com o núcleo mais próximo. Veja:
Chegou a Canudos um coronel e um jornalista.

Nesse caso, temos sujeito composto ("um co­ronel e um jornalista"). Do ponto de vista estrita­tamente gramatical, o verbo deveria ir para o plural, concordando com ambos os núcleos (Chegaram a Canudos um coronel e um jornalista). No entanto, pelo fato de o sujeito composto estar depois do verbo, a concordância pode ser feita com o núcleo mais próximo (coronel). A esse tipo de concordância dá­-se o nome de concordância atrativa.

A concordância por atração ocorre também com os nomes. Observe:
                                              

Escolheu uma boa hora e lugar para ler Os sertões.
        
                                         
Escolheu um bom lugar e hora para ler Os sertões.


Nessas frases, o adjetivo refere-se a dois substantivos (­"hora e lugar"). Por vir antes dos substantivos a que se refere, a concordância é feita por atra­ção com o substantivo mais próximo.

CONCORDÂNCIA IDEOLOGICA

Também por razões de estilo, muitas vezes a concordância (verbal e nominal) não é feita com a forma gramatical de uma palavra ou de uma expressão presente na frase, mas com a ideia ou o sentido que está subentendido. A esse tipo de concordância dá-se o nome de concordância ideológica ou silepse. Veja:

Os sertões conta a Guerra de Canudos.

Observe que o verbo contar não está concordando em número com a forma gramatical do sujeito "Os sertões", mas com a ideia que se subentende: a obra (ou o livro) “Os sertões” conta a Guerra de Canudos. Nesse exemplo temos um caso de concordância ideológica; por realizar um jogo singular - plural, ocorre uma silepse de número.

Todos lamentamos o massacre de Canudos.

Aqui, o verbo lamentar não está concordando coma forma gramatical do sujeito todos que é de terceira pessoa. Ocorre que o falante se inclui no universo representado, estabelecendo a concordância em primeira pessoa do plural: nós todos. Temos aí outro exemplo de concordância ideológica; nesse caso, silepse de pessoa.

A populosa São Paulo continua sofrendo com as enchentes.

Nesse exemplo, o adjetivo popu­losa - no feminino - não está concor­dando com o termo São Paulo, que é masculino, mas com a ideia implícita nesse termo (cidade). Temos, pois, uma concordância ideológica; nesse caso, silepse de gênero.





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